Condições dos refugiados de Darfur no Chade melhoram

Depois de cinco anos de trabalho no país, taxa de mortalidade retorna ao padrão de países em desenvolvimento

Para mais de 200 mil refugiados de Darfur, Sudão, que moram em campos de refugiados na região leste do Chade, a vida continua difícil, mas as boas notícias são que a situação de saúde dos refugiados está estável no distrito de Iriba, onde ficam muitos dos campos em que MSF trabalha.

"Depois de mais de cinco anos trabalhando com refugiados de Darfur no Chade, fico feliz de reportar que temos visto melhoras na saúde dos refugiados através dos anos, a ponto de a área em que MSF trabalha não ser mais de emergência de saúde", disse Christine Jamet, chefe de missão de MSF no Chade. "A taxa de mortalidade tem sido de menos de uma pessoa a cada 10 mil/ dia por mais de um ano, o que indica o retorno da taxa padrão de países em desenvolvimento".

Uma pesquisa da UNICEF e da OMS do começo do ano também mostra que a situação de saúde do distrito de Iriba não é mais uma emergência.

A desnutrição severa aguda na região também está estabilizada – no campo de Iridimi é de 0,5% e no campo de Touloum é de 0,6%, o que é muito baixo. O percentual mínimo de uma situação de emergência é de 2%.

"Nós ainda vemos algumas pessoas desnutridas – o que é exceção, não regra – que estamos ajudando, mas em termos de desnutrição severa, não temos uma emergência há dois anos", disse Jamet.

Como resultado da melhora na saúde do distrito de Iriba, MSF está planejando acabar com suas atividades de emergência, que são basicamente uma substituição completa do serviço local, e oferecerá medicamentos, terapia alimentar e treinamento de pessoal de saúde local. MSF não vai mudar o nível do tratamento até ter um parceiro confiável que, junto com as instituições de saúde locais, será capaz de dar conta das necessidades existentes dos refugiados.

"Não há dúvida de que muitas necessidades permanecem no Chade e nós continuaremos a monitorar de perto a situação de saúde do distrito de Iriba", disse Jamet. "Mas também estamos procurando por regiões em que as necessidades das pessoas não são respondidas, onde MSF poderá ser mais eficiente e ajudar aqueles que precisam mais. Talvez a parte mais difícil da vida dos refugiados nos campos agora é não saber quando e se eles poderão ir para casa e saber que têm poucas perspectivas para o futuro."

MSF está no Chade desde 1981 e tem ajudado os refugiados da região oriental desde que a atual crise começou, em 2003. MSF começou fortalecendo o hospital na cidade de Iriba, que está perto de vários campos de refugiados ao longo da fronteira entre Chade e Sudão, para que pudesse receber pacientes dos campos de refugiados de Touloum e Iridimi para obter saúde básica. MSF estabeleceu dois centros de saúde em nessas dois campos para cuidados de saúde primária, que cobriam entre 18 mil e 23 mil pessoas.

Em 2005, MSF construiu um centro de saúde adjacente ao hospital de Iriba para saúde básica, continuou a melhorar o hospital e estabeleceu uma sala de operações. Desde 2006, MSF tem trabalhado no centro de saúde da cidade de Tiné no distrito de Iriba, que tem cerca de 15 mil habitantes.

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