Cinco curiosidades sobre os 50 anos de MSF

Desde 1971, a organização leva cuidados médicos a milhões de pessoas no mundo; conheça cinco fatos sobre essa trajetória.

Cinco curiosidades sobre os 50 anos de MSF

Médicos Sem Fronteiras (MSF) é uma organização médico-humanitária que atua em mais de 80 países, pautada pela ética médica e pelos princípios de imparcialidade, independência, transparência e neutralidade. Desde sua criação, em 1971, as equipes levam atendimento médico gratuito e de qualidade em meio a crises humanitárias, conflitos armados, epidemias, desastres naturais, desnutrição e exclusão do acesso a cuidados de saúde. Em 2021, essa trajetória completa 50 anos dedicados à ajudar as populações vulneráveis e evidenciar histórias que não podem permanecer negligenciadas. No Brasil, já são 30 anos de caminhada desde o primeiro projeto no país, em 1991, quando uma epidemia de cólera atingiu a região amazônica, afetando diversas comunidades ribeirinhas e aldeias indígenas. Desde então, MSF se empenhou em vários projetos, incluindo ações mais recentes em resposta à COVID-19.

Veja cinco curiosidades sobre os 50 anos de atuação de MSF, passando por projetos e marcos que envolvem as atividades da organização aqui no país e no mundo:  

1.    MSF inicia sua história com campanhas de apelo internacional


 
MSF foi criada em 1971, na França, por médicos e jornalistas que atuaram como voluntários no fim dos anos 60 em Biafra, na Nigéria, onde percebeu que a dificuldade de acesso aos locais de crise e a dependência econômica e política desafiavam a ajuda humanitária. MSF surge, então, como uma organização humanitária independente, comprometida com a ajuda médica e a sensibilização do público sobre o sofrimento de seus pacientes.

Isso ocorreu a partir das primeiras campanhas humanitárias da organização, na década de 70. Nelas, MSF buscou revelar ao mundo a realidade de muitas crianças que sofriam de desnutrição severa em diversas nações. Na década de 80, MSF organizou a “Marcha Pela Sobrevivência do Camboja”; o evento alertou a comunidade internacional sobre uma crise de refugiados sem precedentes que o país asiático passava.  

2.    MSF recebeu o prêmio Nobel da Paz em 1999


 
Durante seus anos de atuação, MSF foi construindo reconhecimento e legitimidade a partir da atuação médica e do relato de histórias testemunhadas com seus pacientes. Foi esse trabalho que possibilitou a conquista de um Prêmio Nobel da Paz para a organização, em 1999. MSF foi selecionada “em reconhecimento ao trabalho humanitário pioneiro em diversos continentes”.

Porém, essa não é a única conquista de MSF. Graças ao crescimento financeiro e de infraestrutura, a organização avança na solução de um problema que afeta várias localidades do mundo: a capacitação de profissionais de saúde. MSF atualmente trabalha com treinamentos de equipes em diversos projetos e também contrata equipes locais nos países dos projetos. Hoje, nossas equipes são compostas por dezenas de milhares de profissionais de saúde, logísticos e administradores. Mais de 80% são profissionais nacionais contratados localmente.

3.    E utilizou o prêmio na criação da Campanha de Acesso a Medicamentos Essenciais (CAME)


 
O valor recebido com o prêmio Nobel foi utilizado na estruturação do Fundo para Doenças Negligenciadas, para prestar suporte a projetos-piloto voltados para o desenvolvimento clínico, produção, aquisição e distribuição de tratamentos para doenças negligenciadas. No mesmo ano, em 1999, MSF lançou a Campanha de Acesso a Medicamentos Essenciais (CAME).

Em 2016, por conta das pressões exercidas pela CAME, duas grandes empresas farmacêuticas concordaram em diminuir os preços da vacina da pneumonia para o atendimento de graves crises humanitárias.

4.    MSF tem uma Unidade Médica Brasileira (Bramu)


 
Você sabia que MSF tem uma Unidade Médica Brasileira (Bramu)? Criada em 2007, ela desenvolve pesquisas da área da saúde e parcerias com outros órgãos engajados nessas atividades, como a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A Bramu é especializada em doenças tropicais negligenciadas, como dengue e Chagas, e outras doenças infecciosas. Ela também atua em contextos de violência não relacionada diretamente a conflitos armados e analisa os impactos da insegurança na saúde das populações.

Seus profissionais prestam suporte técnico em saúde e antropologia aos diferentes projetos de MSF. Eles contribuem com estudos científicos, pesquisas, identificação de possíveis melhorias nos protocolos de diagnóstico e tratamento de doenças. A Bramu também realiza treinamentos, tanto para profissionais internacionais de MSF quanto para equipes contratadas localmente ou a serviço dos Ministérios da Saúde dos países onde atua.

5.    Operação é colaborativa


 
MSF conta com diversas associações que têm a responsabilidade de acompanhar, debater e se manifestar, por meio do voto, sobre as atividades realizadas em campo, a atuação dos profissionais e o desenvolvimento da organização. Assim, MSF garante uma cultura colaborativa e plural para atender com imparcialidade e ética médica as populações de seus projetos. Os membros desses grupos compartilham e seguem os princípios descritos na Carta de MSF. Além de encontros a níveis nacional e regional, os membros se reúnem em uma assembleia internacional anualmente.

 

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