Avanço da cólera força entidades a racionar vacinas

Para MSF, escassez de imunizantes é preocupante

Devido ao número sem precedentes de países que enfrentam neste momento surtos de cólera, o mundo vive uma situação de escassez de vacinas contra a doença. Por causa do problema, um grupo de organizações humanitárias e de saúde, do qual MSF participa, anunciou ontem a suspensão temporária do regime-padrão de aplicação de duas doses do imunizante.

Em vez disso, cada pessoa receberá uma dose única. Embora provavelmente os indivíduos vacinados ficarão protegidos por menos tempo, a alternativa de racionar as doses é preferível a ter de escolher a quais países enviar as vacinas e a quais não. “Esta decisão é um último recurso e uma maneira de evitar a escolha impossível de enviar doses a um país em detrimento de outro”, explicou a doutora Daniela Garone, coordenadora médica de Médicos Sem Fronteiras.

A decisão de racionar as vacinas foi tomada pelo ICG (Grupo de Coordenação Internacional, na sigla em inglês), uma entidade que administra suprimentos emergenciais de vacinas. Além de MSF, participam do ICG a Organização Mundial da Saúde (OMS) e os Comitês Internacionais da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho.

A representante de MSF ressaltou que a “solução é apenas temporária, e a atual escassez de estoques é uma séria preocupação para respostas de curto e médio prazos que venham a ser necessárias para surtos de cólera neste ano”.
No momento, há 29 países enfrentando surtos de cólera. As razões do avanço da doença estão ligadas a fatores climáticos, como inundações e secas, além de conflitos e deslocamentos forçados, já que geralmente há acesso limitado a água limpa em campos de deslocados e refugiados, entre outros fatores.

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