Ataque israelense atinge local de distribuição de água de MSF na Cidade de Gaza

Ataque foi tentativa deliberada de sabotar a distribuição de água para as pessoas na região

Caminhão-pipa de Médicos Sem Fronteiras atacado em setembro de 2025. © MSF

As forças israelenses dispararam contra um caminhão-pipa claramente identificado como pertencente a Médicos Sem Fronteiras (MSF) nesta segunda-feira (15/09), enquanto ele distribuía 10 mil litros de água potável no bairro de Sheikh Radwan, na parte leste da Cidade de Gaza. A rota e o horário do veículo haviam sido comunicados com antecedência às autoridades israelenses, como MSF faz diariamente.

Este ataque não pode ser considerado um erro. Foi uma tentativa deliberada de sabotar a distribuição de água a civis que não podem deixar a área, particularmente os mais pobres, os doentes e os em situação de mais vulnerabilidade, que estão vivendo em tendas ou entre os escombros do que costumavam ser suas casas.

Até 12 de setembro, MSF apoiava o pronto-socorro de um centro de saúde primária em Sheikh Radwan. Essa era a única estrutura de saúde funcional com capacidade de atendimento de emergência naquela área da cidade e recebia uma média de 1.100 pacientes de emergência por semana. Desde a intensificação das operações militares na região, o Ministério da Saúde local decidiu tentar transferir a clínica para outra área, mas nenhum local foi encontrado. Isso significa que a população no bairro não tem acesso a serviços de saúde adequados.

Centenas de milhares de palestinos estão se deslocando para o Sul, mas para a maioria das pessoas encurraladas na Cidade de Gaza, se deslocar não é uma opção possível. Elas não têm os meios, estão doentes ou exaustas, ou sabem que não há como sobreviver no Sul. Além disso, os serviços disponíveis no Sul já não são adequados para apoiar aqueles que já estão lá, muito menos os recém-chegados.

Forçar as pessoas a partir, atacando os abrigos e infraestruturas que ainda restam, ao mesmo tempo que torna cada vez mais difícil a prestação de assistência humanitária, não só é brutal, como também ilegal.  

Apelamos às autoridades israelenses para que abram imediatamente uma passagem segura para a entrega de ajuda, incluindo alimentos e água, e cessem seus ataques ao acesso humanitário e aos civis.  

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