Ajuda humanitária para vítimas de terremoto em Sumatra tem de ser reforçada

MSF pede que outros atores humanitários aumentem suas atividades para ajudar a população afetada pelos abalos

Uma semana após dois grandes terremotos atingirem a Ilha de Sumatra, na Indonésia, a assistência humanitária ainda não está chegando de maneira apropriada às populações rurais afetadas, afirmou nesta quinta-feira a organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras.

Após analisar as necessidades nas cidades de Padang, em Sumatra Oeste, e de Bengkulu, mais ao sudoeste, MSF concentrou seus esforços nas populações que vivem na costa entre as capitais das duas províncias. Três equipes – formadas por médicos, psicólogos, profissionais de logística e enfermeiros – estão trabalhando agora no sul da província de Padang, norte da província de Bengkulu e em Muko Muko, a área mais atingida pelo terremoto da semana passada.

MSF distribuiu cobertores, lâminas de plástico, kits de higiene e agora está administrando clínicas móveis para cuidados de saúde básicos. Mas o coordenador médico de MSF Oscar Bernal afirma que as necessidades são enormes e que outros atores devem reforças suas atividades o mais rápido possível.

"Nas cidades, a resposta foi boa, mas a situação é muito diferente nas áreas rurais. As populações estão vivendo nos acampamentos ou dormindo ao relento. A eles falta água potável, cobertores, alimentos e a ajuda humanitária tem chegado muito devagar", diz Oscar Bernal.

As pessoas estão tão desesperadas que nem sempre querem esperar por distribuições oficiais. Na segunda-feira, caminhões de MSF foram parados quando seguiam para Muko Muko e os moradores locais tomaram os itens emergenciais. "É fácil entender que essas pessoas estão muito zangadas porque estão há dias sem nenhum tipo de ajuda", explica Bernal.

Ajudar as pessoas a lidar com o trauma mental é uma das prioridades de MSF nas áreas afetadas. Abalos pós-choque desencadearam o medo de tsunamis entre os sobreviventes. Uma equipe de oito psicólogos de MSF deu início à educação psicológica e a atividades de aconselhamento para a população em geral e, também, nas escolas e acampamentos para deslocados internos.

“Muitas pessoas ainda estão traumatizadas. Apesar dessas iniciativas, nós tentamos ajudá-los a lidar com o estresse e a superar seus medos, para que eles possam começar a reconstruir suas vidas", explica Oscar Bernal.

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