8 razões pelas quais o diabetes é uma emergência humanitária

Conflitos armados e altos preços impostos pelas farmacêuticas dificultam o acesso a medicamentos contra a doença

8 razões pelas quais o diabetes é uma emergência humanitária

O diabetes é uma doença crônica que ocorre quando o corpo não consegue produzir insulina – um hormônio que regula os níveis de glicose (açúcar) no sangue. Sem tratamento regular, com comprimidos orais ou injeções de insulina, esses níveis mais elevados de açúcar no sangue podem levar a doenças cardíacas e insuficiência renal, bem como danos cerebrais e cegueira.

Estima-se que 463 milhões de pessoas vivam com diabetes em todo o mundo, um número que quase dobrou nos últimos 30 anos. É preocupante o fato de que os casos estão aumentando muito mais rápido em países de baixa ou média renda – incluindo regiões onde as pessoas estão passando por insegurança ou outras crises de saúde.

Em particular, o acesso à insulina é um desafio. Isso significa que, em inúmeras comunidades, as pessoas que vivem com diabetes e precisam de insulina enfrentam obstáculos para receber os medicamentos e os cuidados de que precisam para se manterem saudáveis.

Conheça oito razões pelas quais, em muitos lugares, o diabetes é uma emergência de saúde:

1. Doença invisível

Apesar do diabetes ser um problema crescente em todo o mundo, acredita-se que as taxas de diagnóstico entre as pessoas que passam por crises humanitárias sejam realmente muito baixas. Portanto, quando você considera que os casos de diabetes estão aumentando mais rapidamente em países de baixa renda, o número de pessoas que vivem com uma condição completamente não tratada pode ser enorme.

2. Se deslocar pode ser perigoso

Para pessoas que vivem com diabetes em zonas de conflito ou regiões que sofrem de insegurança, fazer viagens regulares aos centros de saúde para coletar insulina ou receber tratamento pode ser extremamente perigoso – principalmente quando muitos pacientes podem não ter acesso a transporte.

3. A insulina nem sempre está disponível

Em locais remotos ou em regiões com acesso limitado a recursos, o próprio centro médico pode não ter um abastecimento confiável de insulina, fazendo com que alguns pacientes acabem racionando seu abastecimento ou mesmo ficando sem ele, arriscando consequências para sua saúde.

4. Preços da indústria farmacêutica

Apenas três empresas – Novo Nordisk, Eli Lilly e Sanofi – controlam 90% de todo o mercado de insulina. Essas empresas farmacêuticas definem preços altos, o que causa um impacto significativo em pacientes e organizações de saúde em todo o mundo. No entanto, existem várias empresas trabalhando com a Organização Mundial da Saúde (OMS) para produzir versões genéricas de insulina que poderiam ser muito mais baratas e mais amplamente disponíveis.

5. Insegurança alimentar

Uma parte fundamental do controle do diabetes também é controlar a dieta e, portanto, o açúcar no sangue. No entanto, quando os alimentos são escassos ou eventos como conflitos aumentam o custo dos alimentos básicos do dia a dia manter horários regulares para as refeições e porções confiáveis pode se tornar incrivelmente difícil.

6. Agulhas, seringas e resíduos

Juntamente com o acesso à própria insulina, o problema de encontrar e fornecer o conjunto de ferramentas necessárias – como agulhas, seringas e dispositivos de monitoramento – pode ser desafiador. Mesmo com um suprimento confiável, manter esses itens vitais limpos e descartá-los com segurança também é difícil – especialmente para pacientes que foram forçados a deixar suas casas e agora vivem em acampamentos.

7. A importância da temperatura

Em muitos lugares, as temperaturas diárias podem exceder em muito as recomendadas para o armazenamento da insulina. Normalmente, a insulina é armazenada em uma geladeira, mas isso é um problema quando uma pessoa não tem – seja devido à pobreza, falta de energia ou porque foi forçada a sair de casa. Em vez disso, os pacientes costumam fazer várias viagens por dia para chegar a uma clínica de saúde, o que custa tempo, dinheiro e, potencialmente, sua segurança. No entanto, por experiência, sabemos que soluções de armazenamento alternativas simples (como potes de argila básicos) podem fornecer uma maneira de manter temperaturas estáveis e frescas para armazenar insulina por algum tempo.

8. O ciclo de complicações

Quando uma pessoa que vive uma crise humanitária é incapaz de controlar seu diabetes, o risco de longo prazo de complicações graves – incluindo insuficiência renal, doença cardíaca e perda de visão – aumenta significativamente. E, quando tais condições chegam ao ponto de necessitar de atenção médica urgente, a disponibilidade de atendimento especializado e de emergência pode não ser de fácil acesso. Deixar o diabetes sem tratamento torna-se um ciclo vicioso, resultando em condições mais complicadas que precisam de tratamentos mais avançados, mas têm menos probabilidade de estar disponíveis no meio de uma crise humanitária.

 

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