Surto de cólera no sul do Níger

Quase mil pessoas foram afetadas em diversas regiões do país

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Durante diversos dias consecutivos do mês de setembro, casos de cólera foram declarados no sul do Níger. Em colaboração com o Ministério da Saúde, equipes de emergência da organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF) trataram cerca de 1 mil pessoas e 29 mortes foram reportadas desde o início do surto, que afetou diversos distritos: Tamaske, Madaoua, Bouza Tahoua, Maradi e Madarounfa.

A intervenção foi lançada no início de setembro, imediatamente após a identificação dos primeiros casos da doença. “É importante agir rapidamente, identificar a fonte de transmissão, higienizá-la com alvejante, isolar pacientes e oferecer tratamento adequado”, afirma Luis Encias, coordenador de MSF na região do Sahel. A ação imediata de equipes de emergência quando da identificação dos casos é crucial. “Logo que a fonte da infecção é identificada, medidas são colocadas em prática para conter a proliferação da doença o quanto antes”, adiciona.

Especialistas em água e saneamento atuaram diariamente para desinfetar as casas dos pacientes com cólera, oferecendo cloro para que as pessoas pudessem tratar a água e ensinando-as práticas seguras para evitar a transmissão. “Paralelamente, nossas equipes organizam campanhas de sensibilização nos vilarejos afetados para informar às pessoas os sintomas da cólera, para que se encaminhem aos centros de tratamento logo que identificarem sintomas da doença”, explica Luis.

No momento, MSF está prestes a ampliar atividades em duas localidades – nos distritos de Tamaske e Tufanti-Madaoua – inicialmente identificadas como fontes da epidemia. A intervenção já se movimentou para dois outros pontos do surto recém-detectados – Gradoumé-Bouza e Konni-Tahaoua – que estão sendo constantemente monitorados pelas equipes. A equipe de emergência de MSF também está atuando nos distritos de Maradi e Madarounfa.

No Níger, epidemias de cólera são recorrentes. Esse surto está afetando diversas regiões do país e áreas vastas estão potencialmente vulneráveis, o que representa uma preocupação para MSF: “É muito provável que novos surtos ocorram, a qualquer momento e em qualquer lugar”, diz Cristian Casademont, médico de MSF no Níger.

A cólera é uma doença infecciosa aguda transmitida pela ingestão de alimentos ou água contaminada com a bactéria. Um surto geralmente acontece quando as condições são de superlotação e o acesso à água limpa, coleta de lixo e banheiro adequado é escasso. A doença causa diarreia profusa e vômito, que podem causar a morte devido à desidratação intensa – que pode acontecer, por vezes, em questão de horas.

MSF tem mantido uma equipe médica de emergência dedicada à região do Sahel (EMUSA, na sigla em inglês) desde 2013, que responde imediatamente a emergências como o recente surto de cólera no Níger.

MSF atua no Níger desde 1985. As atividades estão concentradas na melhoria do acesso a cuidados médicos de crianças com menos de cinco anos de idade e gestantes. As equipes de MSF administram programas de nutrição ambulatoriais em 38 centros de saúde nas regiões de Zinder, Maradi e Tahoua. Elas são também responsáveis pela internação de pacientes nos centros de nutrição nos hospitais de Zinder, Magaria, Madarounfa, Guidan Roumdji, Madaoua e Bouza.
 

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