Nos últimos 20 anos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), foram reportados quase 1 milhão de casos com suspeita de meningite e 100 mil pessoas morreram.

A doença, que pode ser prevenida por vacina, ocorre por todo o mundo, mas a maioria das infecções e mortes são registradas na África.

A grande maioria dos casos e mortes resultantes da meningite ocorre na África. Durante a estação das secas (de dezembro a junho), epidemias atingem regularmente os países localizados no chamado “cinturão africano de meningite”, região que se estende por todo o continente, do Senegal à Etiópia.

Mesmo quando a doença é diagnosticada precocemente e um tratamento adequado é iniciado, entre 5% e 10% dos pacientes não sobrevivem e acabam morrendo, normalmente, 24 ou 48 horas após o surgimento dos primeiros sintomas. Sem tratamento, até 50% dos casos podem resultar em morte.

1.

Definição

Existem diferentes tipos de meningite, mas uma das mais perigosas e fatais é a meningite meningocócica. A meningite meningocócica é uma forma altamente infecciosa da bactéria da meningite e consiste em uma séria inflamação das meninges (a fina camada que circunda o cérebro e a medula espinhal).

2.

Causa

Bactérias e vírus são as duas principais causas da meningite. A bactéria Neisseria meningitidis, também chamada de meningocócica, causa meningite meningocócica. Em crianças e adolescentes, essa bactéria é a causa mais comum de meningite bacteriana. Em adultos, é a segunda causa mais comum.

3.

Transmissão

A meningite meningocócica é altamente contagiosa. Pessoas infectadas pela bactéria Neisseria meningitidis frequentemente carregam a doença sem a manifestação dos sintomas e espalham a bactéria através da tosse e de espirros. Ambientes pequenos e superlotados aumentam o risco de disseminação da doença.

As bactérias são transmitidas de pessoa para pessoa através de gotículas de secreções respiratórias ou da garganta dos transportadores. Contato fechado e prolongado – como beijar, espirrar ou tossir em alguém, ou morar em quartos próximos (como um dormitório, compartilhar utensílios para comer ou beber) com uma pessoa infectada (um transportador) – facilita a propagação da doença. O período médio de incubação é de 4 dias, mas pode variar entre 2 e 10 dias.

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Sintomas

Os sintomas da meningite meningocócica podem variar de um caso para o outro. Os sinais e sintomas mais comuns incluem: sensação geral de cansaço, febre alta repentina, dor de cabeça grave e persistente, rigidez do pescoço, náuseas ou vômitos, desconforto provocado pela luz, sonolência ou dificuldade de despertar, dores nas articulações, confusão ou outras mudanças mentais. Uma mancha de pele avermelhada ou púrpura é um sinal muito importante a ser observado. Se não ficar branco quando você pressiona um copo contra ele, a erupção cutânea pode ser um sinal de envenenamento de sangue. Isto significa uma emergência médica.

Outros sintomas de meningite podem incluir: abaulamento (em bebês); choro agudo ou gemido (em bebês); movimentos rígidos, bruscos ou flexíveis (em bebês); irritabilidade; respiração rápida; letargia ou sonolência excessiva; pele manchada, pálida ou azul (cianose); tremores; e convulsões.

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Tratamento

Há diversos antibióticos que podem tratar a infecção, entre eles penicilina, ampicilina, cloranfenicol e ceftriaxona. Em áreas com recursos e infraestrutura de saúde limitados, óleos de cloranfenicol e ceftriaxona são os medicamentos utilizados, já que uma única dose se mostra efetiva contra a meningite meningocócica. Aqueles que estão expostos a pacientes com meningite meningocócica precisam receber tratamento profilático.

6.

Diagnóstico

O diagnóstico da meningite nos contextos em que MSF trabalha é normalmente difícil porque demanda um exame clínico – e rápido. É preciso realizar uma dolorosa punção lombar para que o fluido espinhal seja examinado e, algumas vezes, a bactéria pode ser vista através de um microscópio. Entretanto, o diagnóstico é confirmado pelo crescimento da bactéria no fluído espinhal ou no sangue. Esses testes para diagnóstico permitem que outros exames analisem a efetividade que certos antibióticos vão ter no paciente.

7.

Prevenção

A vacinação em massa é a maneira mais eficaz de limitar a disseminação da epidemia. A OMS estima que as imunizações em massa puderam prevenir até 70% dos casos esperados em surtos individuais de meningite na África.

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Atividades

Em 2016, MSF vacinou 169.200 pessoas contra a meningite em resposta a surtos da doença em diferentes locais.

Esta página foi atualizada em janeiro de 2018.

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