Susana de Deus é a nova diretora executiva de MSF-Brasil

Com o desafio de dar continuidade ao trabalho desenvolvido pela organização internacional no Brasil, portuguesa assume a gestão da seção regional

“O início da minha vida profissional não foi ao acaso. Quando optei pela formação em Relações Internacionais, não foi com a intenção de seguir carreira diplomática. A ideia era entrar para o mundo da cooperação internacional por meio de organizações humanitárias”, conta Susana de Deus, a nova diretora geral de Médicos Sem Fronteiras Brasil (MSF-Brasil). Tendo assumido o cargo em abril, substituindo Tyler Fainstat, ela tem pela frente o desafio de dar continuidade ao crescimento de MSF no Brasil, com o compromisso de seguir contribuindo com o movimento internacional, levando ajuda médico-humanitária às populações que mais precisam.
 
Susana conta que desde pequena demonstrava interesse por tudo o que fosse relativo à cultura africana – interesse que aflorou ainda mais quando começou a entender a realidade de alguns países – e foi com esse pano de fundo que seus sonhos passaram a ser construídos. “Não sei dizer exatamente de onde surgiu esse interesse, essa afeição. Tenho a sorte de ter uma mãe que sempre me incentivou a ler, a sonhar e a perseguir esses sonhos. Em Portugal, a mídia cobria com regularidade os conflitos na África, o que me deixava muito inquieta”. Coincidências à parte, foi em Angola que teve início sua carreira profissional. Com passagens por organizações humanitárias renomadas, como a Federação Internacional da Cruz Vermelha, Médicos do Mundo e Oxfam, Susana atuou com equipes de MSF, pela primeira vez, no Brasil, a frente de um projeto de saúde indígena no Amazonas. De volta a território brasileiro, coordenou as atividades no Rio de Janeiro, quando a organização desenvolveu projetos voltados para saúde urbana.
 
Susana define-se como uma pessoa apaixonada pelo que faz e fascinada tanto pelos princípios de Médicos Sem Fronteiras quanto por sua forma de atuar em campo, que, para ela, é a melhor tradução do compromisso inabalável da organização com as populações que assiste. Na gestão como diretora de MSF-Brasil, sua intenção é continuar o trabalho, que, em sua opinião, vem sendo realizado com excelência. “Nos últimos três anos, a relevância de MSF-Brasil para o movimento internacional aumentou consideravelmente: a reconhecida qualidade dos profissionais brasileiros enviados para os projetos e a generosidade dos doadores foram os grandes diferenciais de um trabalho conduzido de forma exemplar. E vamos seguir trilhando esse caminho para que possamos levar ajuda humanitária para ainda mais pessoas”, explica.

A carreira humanitária, que é um tanto movimentada, vem acompanhada de constantes mudanças, inclusive, geográficas. Tendo atuado e morado em diversos países, Susana diz sentir-se verdadeiramente em casa em dois lugares, além de Lisboa, sua cidade natal: Luanda, em Angola, e no Rio de Janeiro. Ela, que é admiradora do trabalho de dois aclamados poetas brasileiros – Carlos Drummond de Andrade e Vinicius de Moraes – se diz encantada pela informalidade do povo, que emana alegria e persistência. E é inspirada nessa alegria que ela pretende enfrentar seus novos desafios profissionais ao lado da equipe de MSF-Brasil.

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