Não ter relógio não impede a realização de um tratamento de Aids efetivo

Não ter relógio não impede a realização de um tratamento de Aids efetivo

Fred Minandi, um paciente de MSF sob tratamento com anti-retrovirais (ARVs) em Malawi, falou sobre a sua situação: “Eu fui um dos primeiros pacientes a conseguir ARVs gratuitamente em Malawi, e se estou aqui hoje, podendo falar com vocês, é graças a este tratamento. Há pessoas que alegam que africanos não são capazes de se submeter a este tratamento porque eles não sabem as horas”.

“Eu posso garantir a vocês que eu não tenho relógio, mas desde que comecei minha terapia tripla em agosto do ano passado, não deixei de tomar uma dose sequer do meu tratamento. Por que? Porque Margot, uma enfermeira de MSF, despendeu um pouco de seu tempo me explicando como estes medicamentos funcionam; ela disse que se eu não tivesse a seriedade de tomá-los com a freqüência necessária, os medicamentos não funcionariam mais. (…) Hoje, minha vida é ligada a estes medicamentos de maneira intrínseca e eu não acho possível esquecê-los”.

Até agosto do ano passado, Minandi estava morrendo de Aids, destino semelhante ao de 2.2 milhões de vidas africanas em 2001. Mas as duas pílulas que ele toma todas as manhãs, mais as duas da noite, mudaram radicalmente o seu destino.

Na 14ª Conferência Internacional de Aids, Minandi sentou-se à mesa ao lado de ativistas em prol do tratamento como uma prova viva de que medicamentos ARVs a preços acessíveis podem salvar vidas na África.

“Eu estou de volta ao normal”, ele disse com um sorriso. “Estou me sentindo bem”. Isto é exatamente o que os ativistas dizem que deveria estar acontecendo com os outros 6 milhões de africanos portadores do vírus da Aids. Isto pode ser essencial para evitar que 68 milhões de pessoas morram em todo o mundo até o ano de 2020 (previsão das Nações Unidas desta semana).

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