Médicos Solidários se torna uma organização não governamental

Médicos Solidários se torna uma organização não governamental

O projeto Médicos Solidários acaba de se tornar uma organização independente. A Ong foi fundada oficialmente no dia 17 de julho, em assembléia que contou com a participação de 21 médicos voluntários. Essa nova organização dará continuidade ao trabalho do projeto Médicos Solidários que, desde 1998, quando foi criado por Médicos Sem Fronteiras, já atendeu gratuitamente a milhares de pessoas de comunidades carentes.

Médicos Solidários vinha se preparando há cerca de um ano para se tornar independente, assim como aconteceu em outros projetos onde Médicos Sem Fronteiras já encerrou sua participação direta. O estatuto, que consolida os princípios éticos e a estrutura funcional desta nova organização, e a sua própria fundação são frutos dos encontros mensais de alguns médicos voluntários, que se reuniram para pensar e articular, juntamente com a equipe do projeto, a continuidade do trabalho.

O Dr. Helio Holperin é um desses médicos voluntários que vinham se reunindo para pensar a continuidade do projeto. Quando integrou os Médicos Solidários, há cerca de um ano, ele já desenvolvia trabalhos sociais na comunidade de Marcílio Dias, na Maré. Eleito presidente da organização Médicos Solidários, Dr. Helio comenta sobre o novo desafio: “O projeto é fantástico, é uma idéia genial. Ele tende a deslanchar, e cabe ao grupo facilitar para que isso aconteça”.

As estatísticas do projeto provam que Dr. Helio tem razão. Quando o projeto começou, em 1998, contava com uma rede de 24 médicos que prestavam cerca de 150 atendimentos por mês. Hoje, os médicos solidários são 156, de 25 diferentes especialidades, que vêm oferecendo uma média de 1000 consultas por mês a pessoas provenientes de instituições previamente cadastradas pelo projeto. Raios-X, ultra-sonografias, exames citopatológicos e laboratoriais complementares também fazem parte da rede de serviços oferecidos. Mas o impacto do trabalho dos Médicos Solidários vai além do atendimento médico. “Atendimentos oferecidos em consultórios, onde médicos podem trabalhar no seu ritmo, com calma e atenção ao paciente, com o conforto mínimo necessário ao seu trabalho, são mais do que atendimentos diferenciados para esta sofrida população. São verdadeiros eventos sensibilizadores” comenta Dr. Henrique Peixoto Netto, gerente do projeto desde 1999, e eleito Secretário Executivo da nova organização. Dr. Henrique acrescenta: “Acredito que essas pessoas são tocadas em um ponto crucial da sua humanidade: a consciência da sua cidadania”.

Agora, a nova organização, com a ajuda de Médicos Sem Fronteiras, se empenhará na busca de um financiador para os seus dois primeiros anos de atividade. O compromisso financeiro com Médicos Sem Fronteiras vai até setembro deste ano, mas os laços de Médicos Solidários com a organização que o criou serão mantidos. Médicos Sem Fronteiras integrará o Conselho Curador da nova Ong, comprometendo-se a zelar pelo cumprimento dos princípios éticos que norteiam as atividades de Médicos Sem Fronteiras e que devem estar presentes, também, em cada ação dos Médicos Solidários.

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