Investigadores russos garantem que profissional de MSF seqüestrado há 9 meses está vivo

A organização Médicos Sem Fronteiras recebe com satisfação a notícia mas espera que a Rússia faça todo o possível para garantir a libertação de Arjan Erkel. MSF continua fazendo um abaixo-assinado pela libertação do profissional.

Nove meses depois do seqüestro de Arjan Erkel, Coordenador Geral de MSF no Norte do Cáucaso, investigadores russos asseguraram Médicos Sem Fronteiras que Arjan está vivo. No entanto, perguntas como onde ele está sendo mantido, quem o seqüestrou e por quais razões, ainda não foram respondidas. Uma situação insuportável para os familiares de Arjan, assim como para MSF.

“Recentemente temos tido inúmeros encontros com funcionários dos governos da Rússia e do Daguestão que trabalham no caso Arjan. Eles confirmaram a MSF que, de acordo com as investigações, Arjan está vivo.” No entanto, como não sabem onde ele se encontra, eles não estão em condições de oferecer garantias da sua segurança. Por isso, decisivos progressos têm de ser feitos rapidamente. Por esta razão, nós apelamos, novamente, ao Presidente Putin que use tudo o que estiver ao seu alcance para garantir um fim positivo para o caso de Arjan,” declara Dr. Morten Rostrup, Presidente do Conselho Internacional de MSF.

Arjan Erkel tem 33 anos e foi seqüestrado por três homens armados no dia 12 de agosto de 2002 em Makhachkala, capital da República Federativa do Daguestão.

Até agora, os investigadores falharam em descobrir onde está Arjan e porque ele foi detido. MSF acredita que uma forte vontade política das mais altas autoridades russas é crucial para a libertação de Arjan. No entanto, as inúmeras tentativas de MSF de se encontrar com autoridades presidenciais para discutir o assunto foram, até o momento, negadas.

“O Presidente Vladmir Putin deveria estar fazendo tudo o que estivesse ao seu alcance para assegurar a libertação de Arjan. Até que ele seja libertado, ficará difícil acreditar que há um comprometimento verdadeiro do Kremlin com os valores humanitários e com a ajuda humanitária ao Norte do Cáucaso,” diz Dr. Morten Rostrup.

Arjan Erkel é hoje o único profissional de ajuda humanitária seqüestrado no Cáucaso. Enquanto ele estiver preso, parte do ideal humanitário na Federação Russa também permanecerá em cativeiro. Infelizmente, o caso Arjan não tem sido único no Norte do Cáucaso: há meses, a comunidade humanitária tem sido alvo de ameaças e de constantes seqüestros. Apenas em 2002, houve pelo menos 4 profissionais de ajuda humanitária seqüestrados na região.

“Seqüestros de civis, incluindo os de profissionais de ajuda humanitária, são crimes hediondos. No caso de profissionais de ajuda humanitária seqüestrados – além de colocar em risco a integridade física e mental dos indivíduos que pretendem ajudar vítimas de conflitos armados – o medo de novas agressões paralisa a comunidade humanitária. Novamente, a população civil tem de pagar o preço. Enquanto reinar o clima de terror no Cáucaso, será, de fato, uma ilusão acreditar que o sofrimento humano possa ser efetivamente combatido,” conclui Rostrup.

Até a libertação de Arjan, MSF continuará a colher assinaturas para um abaixo-assinado a ser entregue às autoridades russas pedindo que o Governo da Rússia assuma a responsabilidade e garanta a libertação de Arjan.

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