Equipe internacional de MSF volta para a Somália

Profissionais haviam sido retirados do país por Médicos Sem Fronteiras devido ao aumento da violência registrado em dezembro

"Não foi fácil deixar nossos pacientes e colegas somalis. Estou feliz por estarmos de volta", contou o chefe de missão de Médicos Sem Fronteiras, David Michalski. Junto com uma enfermeira, um especialista em logística e um coordenador de terreno, Michalski voltou para o projeto de MSF na região de Bakool, na Somália, no dia 3 de janeiro.

Nos próximos dias e semanas, trabalhadores humanitários internacionais vão voltar para os oito projetos de MSF na Somália. No entanto, ainda é cedo para dizer que todos os projetos terão suas equipes completas.

Mudanças

"Nós precisamos da cooperação de autoridades locais e líderes comunitários bem definidos nas regiões onde trabalhamos", explica Michalski. "Em algumas áreas, as autoridades locais estão sendo substituídas. Essas mudanças precisam ocorrer primeiro para que nossa equipe internacional possa voltar a algumas áreas".

Bakool não esteve envolvida nos confrontos recentes. Sua estrutura hierárquica continua a mesma, o que permitiu à equipe internacional de MSF voltar rapidamente para a região.

Equipe Nacional

O projeto Bakool consiste em um centro de saúde na capital regional de Huddur e quatro postos de saúde periféricos. O projeto oferece tratamento para tuberculose e calazar, alimentação terapêutica, atendimento de saúde para gestante e bebê e cuidados médicos básicos.

"A comunidade continuou a usar nossos serviços de saúde. Graças a nossa equipe somali, o projeto continuou a funcionar de maneira eficaz depois que nossos trabalhadores internacionais foram retirados do país", afirmou Michalski. “A longo prazo, no entanto, a qualidade de nossos projetos seria afetada sem a presença de nossa equipe internacional. Os expatriados dão treinamento, supervisionam o trabalho e têm experiência difícil de ser encontrada na Somália".

A equipe nacional manteve funcionando todos os projetos de MSF desde que grandes confrontos foram registrados entre a União das Cortes Islâmicas e o Governo Federal de Transição, que tem o apoio das forças etíopes. Cerca de 350 feridos de guerra foram tratados por MSF durante este período.

Precaução

Michalski ressalta que a saída das equipes internacionais da Somália foi uma medida de precaução, não uma resposta a qualquer tipo de ameaça ocorrida nas áreas aonde a organização trabalha. "A situação estava mudando rapidamente. Quando os bombardeios aéreos começaram a ter os aeroportos como alvo, nós achamos que era necessário retirar do país os expatriados que ainda estavam lá. Não podíamos arriscar perder a opção de sair de avião".

MSF oferece ajuda médica no sul e centro da Somália desde 1986.

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