Cólera no Sudão do Sul

No dia em que MSF inaugurou o primeiro Centro de Tratamento de Cólera (CTC) em Gudele 2, em Juba, as pessoas da comunidade se reuniram para ler sobre o que era a instalação e o que está acontecendo.
Sentados atrás de um contêiner de água clorada para lavar as mãos no primeiro dia de funcionamento do novo centro de tratamento de cólera de MSF, a profissional de Recursos Humanos Lára Jónasdóttir e o agente de saúde Jesse Verschuere repassam a lista de nomes de sul-sudaneses para contratar. O pessoal vai ajudar a conduzir atividades de promoção de saúde no novo Centro de Tratamento de Cólera (CTC) inaugurado em Gudele 2. Os promotores também vão ajudar a sensibilizar a comunidade para que pessoas que tenham apresentado sintomas semelhantes aos da cólera encaminhem-se para o centro de tratamento imediatamente.
Anifa, da equipes de limpeza do Centro de Tratamento de Cólera (CTC) de MSF, lava suas mãos com água especiamente clorada. Todas as vezes em que pacientes, seus cuidadores ou qualquer membro da equipe de MSF entra ou sai de uma ala do CTC, seus sapatos são limpos com uma solução clorada e eles precisam lavar suas mãos cuidadosamente antes de terem permissão para voltar às alas. Para ajudar a desinfetar as áreas de tratamento de cólera, Arifa lava constantemente o piso e os leitos com uma solução clorada mais forte, mais concentrada do que a que é utilizada para a lavagem das mãos. "A lavagem é muito importante onde há cólera, principalmente no centro de tratamento. É minha função garantir que tudo esteja devidamente limpo com a dosagem correta de água clorada para desinfetar as coisas", conta.
Margaret Poni segura seu filho de um ano, Kenyi Givem, enquanto ele recebe cuidados no Centro de Tratamento de Cólera (CTC) na região de Gudele 2, na cidade de Juba. Kenyi é um dos primeiros pacientes do CTC, desde que a unidade foi aberta. O menino estava vomitando e com diarreia grave. Por isso, Margart o levou às pressas para o centro de tratamento de MSF quando soube de sua inauguração. A equipe de MSF passou a administrar os sais de reidratação oral por meio de uma seringa especialmente desenvolvida para crianças. Depois de uma hora de tratamento, Kenyi começou a demonstrar rápidos sinais de melhora.
Assim que soube da construção do novo CTC de MSF a apenas alguns quilômetros de sua casa em Gudele, onde vive com seus outros dois filhos, Segerena levou seu filho Peter, de um ano, imediatamente para lá. "Quando vi que meu filho estava com sintomas de cólera, sabia o que fazer e para onde ir. Eu o trouxe aqui e ele já se sente melhor. Os vômitos pararam e agora a diarreia está bem mais leve. Por hoje, vou continuar dando a ele os fluidos que a equipe de MSF me deu", conta a mãe.
Os pacientes que chegam em estágio avançado de cólera, por vezes, estão mesmo muito doentes. Sem tratamento, a cólera pode matar em um dia. No entanto, se tratada, não há complicações. A reidratação intensa pode deixar qualquer paciente doente pronto para ir para casa em três ou quatro dias. Myom William, de 45 anos, ainda está no estágio de tratamento intensivo, sendo reidratado por via intravenosa.
Stevein Robert, de 12 anos, ainda está sob tratamento intensivo, que demanda reidratação intravenosa no Centro de Tratamento de Cólera de MSF em Gudele 2, distrito da cidade de Juba. Os leitos de cólera tem um buraco com um balde acoplado porque pacientes gravemente doentes são incapazes de se locomoverem até a latrina, e podem perder muitos litros de líquido por dia por meio de vômitos e diarreia. Na medida em que os pacientes melhoram, eles podem começar a beber líquidos e, depois, ingerir alimentos sólidos, antes de estarem prontos para retornarem às suas casa.
Awar Nyung, 2 anos, com cólera, está recebendo ajuda para tomar líquidos de sua mãe, Achal Achol. Awar ainda está com a sonda intravenosa pronta para ser recolocada, no caso de piorar. Mas conseguir tomar a solução já é um sinal de que o paciente está se recuperando.
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No dia 26 de maio, Médicos Sem Fronteiras (MSF) abriu um Centro de Tratamento de Cólera (CTC) em Gudele 2, distrito da cidade de Juba, capital do Sudão do Sul. Já na noite do dia 29, havia 80 pacientes sendo tratados na instalação de saúde. Na medida em que o número de pacientes aumenta na cidade, MSF vai abrir um segundo CTC em breve, para ajudar a conter o surto da doença. Paralelamente, a organização continua prestando suporte ao Ministério da Saúde no principal hospital de Juba e atendendo pacientes nos acampamentos de pessoas deslocadas da cidade.
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