Mar Mediterrâneo: equipes de MSF resgatam 688 pessoas

Em apenas um dia, os navios Dignity I e Aquarius fizeram quatro operações de resgate

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Equipes de busca e resgate da organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF) a bordo dos navios Dignity I e Aquarius resgataram no dia 16 de maio em águas do Mediterrâneo Central 688 pessoas que tentavam chegar à Europa depois de partir da Líbia em embarcações precárias. Mais 115 pessoas resgatadas por outro navio foram recebidas no Aquarius. Todas estão sendo levadas para portos na Sicília, na Itália.

A tripulação do Dignity I resgatou 435 pessoas que estavam em três embarcações em perigo: 120 na primeira, 134 na segunda e 181 na terceira. As duas primeiras eram botes de borracha, com a maioria dos passageiros originários da Guiné, do Mali, da Costa do Marfim e do Senegal. A terceira era um barco de madeira, e a maioria dos passageiros era da Eritreia. Entre as 425 pessoas, havia 73 mulheres e 140 crianças. Todas estão fisicamente bem, mas desgastadas pela travessia marítima e o tempo que passaram na Líbia, à espera do embarque.

O Aquarius, que pertence à organização SOS Mediterranée e leva equipes de MSF, resgatou 253 pessoas, originárias principalmente da Guiné, do Mali e da Costa do Marfim, que estavam em duas embarcações em perigo. Os resgatados incluem 16 mulheres, uma criança de três anos e 76 menores de idade, 61 dos quais desacompanhados. Passageiros desse grupo receberam cuidados médicos por causa de queimaduras causadas por combustível, fraturas e um caso de pneumonia.

Depois desses dois resgates, o Aquarius aceitou o grupo de 115 pessoas que haviam sido socorridas por outro navio, incluindo uma mulher no oitavo mês de gravidez.

MSF retomou suas operações de busca, resgate e assistência médica no Mediterrâneo, próximo à costa da Líbia, no dia 21 de abril. Além do Dignity 1 e do Aquarius, as equipes de MSF estão em mais um navio, o Bourbon Argos. As equipes são formadas por médicos, enfermeiros, obstetras, especialistas em logística e mediadores culturais.

No ano passado, segundo cálculo da Organização Internacional para as Migrações, 2.892 homens, mulheres e crianças morreram nas águas do Mediterrâneo Central, entre a África e a Europa. Com o bloqueio da rota marítima entre a Turquia e a Grécia, depois do acordo assinado em março entre os países da União Europeia e Ancara, a previsão é de que a rota do Mediterrâneo Central fique ainda mais movimentada neste ano.

Em 2015, equipes de MSF a bordo de três navios prestaram assistência a mais de 23 mil pessoas em 120 operações de resgate no Mediterrâneo Central. No mar Egeu, no norte da ilha de Lesbos, na Grécia, MSF, em parceria com o Greenpeace, assistiu mais de 14 mil pessoas que cruzavam da Turquia para a Grécia.
 

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