Grécia: “É hora de oferecer soluções concretas para os milhares que estão no limbo”

Incêndio no centro de tiragem de Moria, na ilha de Lesbos, forçou a retirada de mais de 300 refugiados e migrantes

No dia 19 de setembro, refugiados e migrantes que residem no centro de triagem de Moria, na ilha de Lesbos, foram retirados depois que focos de incêndio atingiram o acampamento. Parte da infraestrutura do acampamento foi danificada. Felizmente, apenas ferimentos leves foram relatados. Cerca de 100 menores desacompanhados foram transferidos para uma instalação mantida por voluntários, a Lesbos Solidariedade. Muita gente dormiu ao relento, enquanto outros puderam voltar para o acampamento. A equipe da organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras em Lesbos está avaliando as necessidades dos desabrigados, em colaboração com outras organizações que prestavam apoio aos refugiados e migrantes em Moria.

Depois do acordo entre a União Europeia e a Turquia, em março deste ano, MSF suspendeu suas atividades no centro de triagem de Moria, recusando-se a tomar parte de uma operação de expulsão em massa e num sistema que não contempla as necessidades humanitárias de refugiados e migrantes. MSF vem criticando as condições nesses centros de triagem, onde as pessoas vivem em espaços abarrotados, sem acesso suficiente a serviços básicos.

MSF está particularmente preocupado com grupos vulneráveis, como mulheres, crianças e menores desacompanhados, mantidos nessas instalações sem a proteção adequada. No momento há 5.700 refugiados e migrantes em Lesbos, quando a ilha, segundo as autoridades, pode abrigar no máximo 3 mil pessoas. MSF presta serviços médicos a pessoas com doenças crônicas, e atendimento de saúde mental em uma clínica móvel.

“O incidente ocorre num momento no qual a capacidade das ilhas já está em seu limite”, disse Loic Jaeger, chefe de missão de MSF na Grécia. “Seis meses depois do acordo entre União Europeia e Turquia, milhares de homens, mulheres e crianças estão retidos em ilhas-prisões e acampamentos superlotados como Moria, sem perspectiva e em desespero completo. É hora de os líderes da UE pararem de brincar com a vida dessas pessoas e de oferecerem soluções concretas para os milhares que estão no limbo.”

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