Equipes de clínicas móveis atendem em Porto Príncipe e a oeste da capital

Unidades têm encontrado um número significante de pessoas com necessidade de cuidados urgentes

Enquanto os maiores hospitais de Médicos Sem Fronteiras (MSF) em Porto Príncipe e tendas montadas em seus arredores continuam a funcionar, tratando feridos e realizando operações, as equipes móveis que começaram a funcionar na capital, e em alguns locais ao oeste de Porto Príncipe, estão encontrando um número significante de pessoas precisando de atendimento médico. Como todos os hospitais em funcionamento na cidade ficaram sobrecarregados nos últimos dez dias com pessoas gravemente feridas, as doenças mais rotineiras ou crônicas têm sido difíceis de ser manejadas. As equipes das unidades móveis acreditam que esses pacientes com doenças e ferimentos menos urgentes podem facilmente piorar se negligenciados.

Em seu primeiro dia na capital, as clínicas localizaram cerca de 200 pessoas que precisavam de ajuda para limpar seus ferimentos, trocar curativos, levar pontos ou receber atendimento mais especializado em um dos hospitais de MSF. Nas regiões de Leogâne e Grand-Goâve, as equipes de MSF identificaram dezenas de feridos que precisam de atendimento cirúrgico e transferiram-nos para o hospital.

Em uma das regiões mais pobres de Porto Príncipe, Cite Soleil, onde MSF realiza mais de 30 cirurgias por dia, a equipe está observando o aumento do número de pessoas admitidas com ferimentos causados por balas ou machetes. Apesar de ter havido um aumento perceptível na tensão da região, os números são relativamente baixos, uma média de três por dia. Marie- Christine Ferir, uma das coordenadoras de emergência de MSF, afirma que os casos devem ser vistos em perspectiva. “Muito antes desse terremoto, essa já era uma área muito desfavorecida, com muitos problemas sociais e com um histórico de violência. Claramente, a tensão vai aumentar pelo estresse causado pelo terremoto”.

Outras equipes de MSF têm trabalhado na questão de encontrar e montar as unidades de saúde necessárias para tratar e abrigar os pacientes sob tratamento. O novo tremor registrado na quarta-feira complicou o que já era uma necessidade aguda, uma vez que dois hospitais em Porto Príncipe e outro em Leogane tiveram de ser evacuados porque não eram mais seguros. Pacientes tiveram de ser transferidos para as tendas e cem deles para o hospital inflável que está sendo montado.

Apesar do número geral de integrantes de MSF ter aumentando na emergência rapidamente, levou-se muito tempo para encontrar alguns dos funcionários haitianos que trabalhavam nos projetos antes mesmo do terremoto.

Muitos deles voltaram a trabalhar, apesar do que aconteceu com suas famílias e bairros. Mas MSF tem que registrar, com muito pesar, o fato de que quatro de nossos colegas foram sido mortos. Outros quatro que recentemente trabalhavam conosco também perderam suas vidas e estamos tentando confirmar o que aconteceu com outros seis funcionários, que ainda estão desaparecidos.

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