Para MSF, acesso às vacinas pode ser facilitado pela GAVI

Aliança formada pela indústria farmacêutica, governos e sociedade civil consegue preços mais acessíveis que não são repassados a organizações humanitárias

A Aliança GAVI – rede de parcerias entre companhias farmacêuticas, agências de saúde e enti¬dades filantrópicas para apoiar programas de vacinação em países pobres – deveria estender, sistematicamente, os preços que  pagam pelas vacinas  às organizações humanitários que estão constantemente trabalhando  em lugares estratégicos  para atender crianças não vacinadas. Foi o que expressou hoje, no Fórum de Parceiros da GAVI realizado na Tanzânia, a organização médica humanitária Médicos Sem Fronteiras (MSF). Atualmente, agentes humanitários, como MSF, não conseguem ter acesso a esses preços, e, então, negociam o acesso às vacinas caso a caso sob uma base complexa.
 
Estimativas oficiais  apontam que 2,4 milhões de bebês não receberam todas as vacinas em 2011, o que equivale a uma em cada cinco crianças nascidas por ano. Por meio de seu trabalho em contextos instáveis e regiões que, persistentemente, ficam para trás em vacinação, MSF está sempre próximo a crianças que estão precariamente ou até não vacinadas.
 
“Nós precisamos ser capazes de agir rapidamente e oferecer vacinas vitais a crianças vulneráveis  quando essas oportunidades surgirem”, afirmou Florence Fermon, coordenador geral do Grupo de Trabalho de Vacinação de MSF. “Nós não podemos pagar o preço por atrasos desnecessários ao tentarmos adquirir vacinas por meio de negociações prolongadas”.
 
MSF tentou, em vários lugares, obter novas vacinas para utilizar em seus projetos. No final de 2010 e início de 2011,  a organização ficou mais de quatro meses em negociações com o Ministro de Saúde e a companhia farmacêutica GlaxoSmithKline para obter a vacina pneumocócica para usar em seus projetos no Quênia. Tais atrasos constituem uma barreira na melhora do acesso a vacinas por crianças vulneráveis.
 
MSF tentou, sem sucesso, adquirir a vacina pneumocócica da Pfizer pelo preço da GAVI.
 
O núcleo do problema consiste na exclusão de outros agentes do acesso aos preços obtidos pela GAVI em quebras de acordos com companhias farmacêuticas. Esses acordos envolvem, frequentemente, preços para vacinas que ainda são altos e insustentáveis para os países a longo prazo.
 
“Nós necessitamos de acesso às vacinas quando precisamos delas, onde precisamos e a um preço aceitável”, declarou Manica Balasegaram, diretora executiva da Campanha de Acesso a Medicamentos de MSF. “É hora da GAVI acordar e reconhecer a necessidade de outros agentes que trabalham com vacinação  de acesso rápido e regular as vacinas capazes de salvar vidas aos preços mais baixos possíveis.

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