Falta de materiais prejudica atendimentos

Atraso na chegada de remédios e equipamentos impede que um número maior de haitianos receba cuidados

As enfermarias e salas de operação de MSF em torno de Porto Príncipe, Haiti, continuam trabalhando com uma carga muito pesada de casos e o pessoal médico está cada vez mais preocupado com os problemas de suprimento que estão começando a ameaçar o bem estar dos pacientes.

Medicamentos para tratamento cirúrgico e equipamentos como máquinas de diálise são urgentemente necessários, mas problemas de acesso para a chegada das cargas está causando atrasos na entrega.

Loris de Fillipi, coordenador do trabalho de MSF no hospital de Choscal em Cite Soleil, diz que a posição lá e em outros locais é problemática.

“É a parte mais difícil do nosso trabalho. A todo momento que saímos das salas de operação vemos rostos nos implorando por cirurgias. E eles estão lá, nos implorando na frente do hospital. É uma situação muito inaceitável. O que nós estamos tentando fazer é expandir nossa capacidade de responder a esses pedidos. Mas nós precisamos que os suprimentos cheguem no aeroporto”.

No hospital de Carrefour, onde a equipe médica também está enfrentando condições muito difíceis, Paul MacMaster, um cirurgião, diz que todas as necessidades são muito óbvias.

“Não estamos sendo capazes de pegar o equipamento que precisamos no hospital por causa desses problemas de entrega. Nós esgotamos nosso gesso para fraturas e não temos ataduras no momento. Tem sido um pesadelo conseguir esses materiais básicos.”

Em outro hospital de MSF, em Martissant, onde mais de 1,5 mil pacientes receberam tratamento desde o terremoto, existem no momento 120 pessoas para serem tratadas, 20 delas com casos de queimaduras.

Atualmente, MSF tem outras seis locações onde está lidando com uma variedade similar de lesões causadas pelo terremoto. Uma das mais recentes estruturas estabelecidas é na enfermaria de diálise do grande Hospital Geral da cidade, onde MSF está trabalhando com uma máquina que sobreviveu ao tremor. A equipe de nefrologia de MSF realizou seu primeiro tratamento ontem e vai expandir seu trabalho quando novos aparelhos de diálise chegarem pela estrada da República Dominicana.

Um dos locais mais duramente atingidos fora da capital, a cidade de Leogane, também é um novo centro para o trabalho de MSF. Uma equipe tem dado suporte a uma escola de enfermagem, no local onde são realizados cuidados básicos. Na mesma cidade, outra equipe está preparando quatro salas de cirurgia no que costumava ser um hospital missionário. O objetivo é criar um centro de referência na região.

Em Jacmel, outra cidade fortemente afetada, uma equipe de MSF começou a realizar cirurgias nas salas de operação do hospital. Ao mesmo tempo, em Porto Príncipe, o trabalho de montagem do hospital inflável de MSF, que oferece duas salas de operações, já foi iniciado. Ocorreu um atraso na chegada de material e pessoal devido ao desvio de um avião de carga para a República Dominicana.

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