Equipes trabalham ininterruptamente para dar conta de necessidades no Haiti

Cerca de 200 cirurgias foram realizadas apenas no primeiro dia de funcionamento dos centros cirúrgicos. MSF continua tentando aumentar sua capacidade de atendimento

No quinto dia de resposta ao terremoto no Haiti, as equipes de Médicos Sem Fronteiras (MSF) continuam focadas na tentativa de dar conta da enorme demanda por cirurgias. Os profissionais médicos estão utilizando ao máximo os limitados centros cirúrgicos existentes, trabalhando ininterruptamente. Ao mesmo tempo, tentam aumentar a capacidade de atendimento, através da busca de novos locais para atender as pessoas e de transporte de estruturas móveis.

No recém aberto hospital no distrito de Carrefour, a equipe cirúrgica de MSF realizou 90 operações apenas no primeiro dia de funcionamento dos centros cirúrgicos – que se iniciou duas horas após a descoberta dessa estrutura de saúde. A equipe cirúrgica que está no Hospital Choscal também realizou 90 operações. Outro grupo está trabalhando em um container, onde realizou 20 cirurgias.

A capacidade de ação deve aumentar, mas a implementação do hospital inflável com dois centros cirúrgicos teve de ser adiada porque um dos aviões de carga, que transportava o equipamento necessário, não teve permissão para aterrissar em Porto Príncipe. A aeronave foi desviada para a República Dominicana. A outra parte do hospital chegou no domingo, mas MSF ainda teme que suprimentos vitais fiquem presos.

As condições de vida nas cidades fora da capital, algumas até mais próximas do epicentro do tremor, estão ficando mais claras. Uma equipe de MSF planeja ir de helicóptero para a cidade de Jacmel, na costa sul da ilha. Outra equipe de MSF tem realizado levantamentos das necessidades em Legoane, localizada a uma hora fora de Porto Príncipe. Em Saint Marc, uma área menos danificada pelo terremoto, de onde milhares de pessoas fugiram, há centenas de feridos no hospital.

Apesar dos problemas de transporte, MSF conseguiu trazer cem funcionários internacionais extras para ajudar as equipes que já trabalhavam no Haiti antes do tremor. Os especialistas incluem cirurgiões, anestesistas, nefrologistas e psicólogos. Muitos deles tiveram de vir por terra desde o aeroporto da República Dominicana, mas a organização conseguiu fazer com que quatro aviões de carga pousassem em Porto Príncipe na quarta-feira, com equipes e toneladas de material de emergência.

As equipes no terreno afirmam que as condições certamente não estão melhorando ainda para as pessoas que estão nas ruas. A falta de comida e água potável está provocando um estresse ainda maior. MSF ainda está tentando encontrar toda sua equipe haitiana, sabendo que alguns deles provavelmente não sobreviveram ao terremoto, mas as comunicações continuam difíceis e não tivemos ainda como localizar todos nossos colegas.

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